Sabe o trabalho dos sonhos? Descruzei os braços e fui começar.
Sabe o cinema marcado há três dias, mas que, na hora, dá preguiça de ir? Tomei coragem e decidi furar.
Sabe o alisamento que demora três horas? Amarrei um lenço no cabelo e fui mergulhá-lo no mar.
Sabe aquele vestido lindo? Economizei no cabelo e agora posso comprar.
Sabe aquele corpo maltratado por açúcar e fritura? Passei a cuidar.
Mas sabe a academia? Larguei e fui dançar.
Sabe as pessoas que fazem o bem? Passei a amar.
Sabe as energias negativas? Passei a ignorar.
Sabe a fofoca? Decidi só escutar.
Sabe o suco que caiu no chão? Passei um pano e deixei pra lá.
Sabe o cachorrinho que tá ali no canto? Joguei um ossinho pra ele pegar.
Sabe as coisas pequenas? Parei de reclamar.
E sabe as grandes? Comecei a me dedicar.
Sabe a paz que falta? Fechei os olhos e fui rezar.
Sabe o sol que tá esquentando? Respirei fundo e deixei queimar.
Sabe a chuva que tá caindo? Senti o cheiro e deixei molhar.
Sabe aquela música bonita? Perdi a vergonha e comecei a cantar.
Sabe a felicidade? Comecei a praticar. Em vez de esperar chegar.
Meio Desligada
Ando meio desligada, vendo rostos desconhecidos que passam, folhas que caem e nuvens que têm formas. Nesse vão, ideias chegam sem que eu as procure e acabo registrando-as aqui.
O que você procura?
quarta-feira, 26 de março de 2014
terça-feira, 12 de novembro de 2013
12 horas de apuração
Acordo atrasada, pulo da cama, me arrumo em meia hora. A primeira roupa que vejo, tudo que vou precisar na mochila, uma banana enquanto calço o tênis. Sem esquecer o guarda-chuva.
Ponto
de ônibus. Cinco minutos. Nada. Vou chegar atrasada. Um táxi. Parou. Bom dia
Lourenço Jorge por favor. "Barra da Tijuca? Vou pegar um trânsito horrível
pra chegar no Leblon. " Eu que sei, moço, só tô no seu táxi porque não
tenho tempo para esse trânsito horrível.
Chegamos,
já estavam à minha espera. Eu pensava que conversaria com algumas voluntárias
que estivessem lá em atividade. Mas a coordenadora conseguiu mobilizar metade
do grupo, que, mesmo fora de seu horário, foi ao hospital contribuir com minha
matéria.
Almoço
entre amigas, novidades, batata assada com bastante queijo.
Ônibus.
Trânsito bom. Casa da sogra. Literalmente. Alguns e-mails, ligações. Pausa pro
café. Uma aula particular de matemática rolando ali do lado. Área. Perímetro.
Não gosto da professora nova.
Tá na hora, próxima entrevista. Já estavam à
minha espera mais uma vez.
Cumprimentos.
Vamos começ... "Não, espera, vamos nos conectar um pouco antes." Pega
minha mão, olha nos meus olhos. Tomara que goste da minha energia. Senão, adeus
entrevista. Pronto. Tudo bem. Professora de yoga.
Depois, aluna do curso de maquiagem. "Não,
hoje não é dia do curso. Ela veio só para sua entrevista." Ah... (Não
precisava.)
Volto
pra conexão. "É na sala de dança, mais pra dentro da favela." Tudo
bem, vambora. Muitos cumprimentos a cada viela. Crianças pintando. "Se
quiser, pode fazer uma aula de yoga com a gente." Fico curiosa. Será que
não vai ficar tarde?
"Do outro lado, tem curso de depilação também." Vamos lá, então. "Quer me entrevistar?" Não quero atrapalhar a aula. (Se eu te entrevistar, não volto a tempo pra aula de yoga.)
To indo, obrigada, tchau. "Já? Não vai me entrevistar?" Talvez outro dia. Sorriso amarelo... Fui.
Tapetes,
vela aromatizada, pernas cruzadas, música. "Vai fazer? Então entra."
Não dá nem tempo de olhar meu celular? Tem umas duas horas que não pego nele...
Não, não dá, já vão começar.
Respira...
Mantra... Muitos iniciantes... Explicações sobre a aula... Será que tem outros iniciantes mesmo ou é só para me enturmar?
"Temos
que ser nós mesmos, nos desprender do que nos foi ensinado, parar de ir a
buscas que não são nossas..."
Tenho
nós... Nos pés, joelhos, coluna, pescoço, alma...
Um
menino de uns 9 anos entra discretamente, senta ao lado da avó, imita os movimentos
da professora, como se brincasse de mímica, mas com a concentração de quem está
levando aquilo a sério...
A
professora propõe uma conversa sobre o tema da minha pauta...
Me
sinto leve... Não sei se volto para desatar meus nós ou se não volto para não correr
o risco de encontrar novas dores... Ah, sem pressa...
Ponto
de ônibus. Ai, minha perna. Fome. Não, não vou comprar um salgado, acabei de
fazer yoga, afinal. Escuro. Esse vai só até o meio do caminho. Parou. Fila pra
entrar, mais tempo pra decidir. Escuro. Vou nesse mesmo. Sem pressa...
Ponto
de ônibus. Esse só vai até o meio (do meio) do caminho. O outro vai demorar?
"Não sei." Fila pra entrar, mais tempo pra decidir. Vou nesse mesmo.
Trânsito
bom. Sem pressa... Me sinto bem, apesar de cansada. Saltei. Ando mais um pouco.
Ai, minha perna. Escuro. Sem pressa...
Cheguei. Novela. Janta. Banho sem pressa... Papo. Cachorro. TV.
Escovar
os dentes. Boa noite. Despertador. Será que amanhã consigo acordar na hora?
Nossa,
quanta gente do bem a minha volta hoje! Sorri. Dormi...
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Vai a pé ou vai de trem?
"Senhores
passageiros, desculpem a freada brusca".
"Ahn?
Ela pediu desculpas pela freada?! Po, que legal! Um pouco de educação e
respeito com os passageiros, né?"
Desculpem
– agora sou eu que peço -, é que não tô muito acostumada com essas coisas. Ando
mais de ônibus, sabe? Pego o metrô só de vez em quando. Isso é menos uma
escolha que falta de opção. É que o transporte subterrâneo ainda não chegou
nesses lados da cidade.
Por
isso fiquei tão impressionada com a fala da locutora no metrô. Achei
interessante o fato de alguém se preocupar em orientar a moça a pedir desculpas
nessa situação. Achei que esse tipo de coisa não existia no transporte público
do Rio.
Acho
até que a tal da freada tinha passado despercebida e só fui reparar mesmo porque
a moça falou. É que, no ônibus, a gente tá tão acostumada com isso. As freadas
costumam até ser piores que aquela. Eu tava de boa... Mas gostei tanto de terem
me pedido desculpas...
O
motorista do ônibus nunca me pediu desculpas por freadas bruscas. Nem por
curvas bruscas, arrancadas bruscas, informações bruscas, buzinadas bruscas,
falta brusca de troco, uso brusco de celular enquanto dirige, cigarros bruscos,
música em volumes bruscos...
De
tão impressionada com o raro gesto de educação, fiquei me questionando o motivo
daquela desculpa. Porque, vamos combinar, a moça não tava preocupada se eu
fiquei ofendida com a freada, não é? Nem quer que eu ache o condutor uma pessoa
gente boa que não frearia bruscamente de propósito. Então, por quê??
Só
por educação é uma possibilidade. Mas ainda assim continua sendo estranho. Por
mais estranho que possa parecer alguém se impressionar com educação.
Na
hora, pensei: "Então, quem anda de metrô com mais frequência é tratado com
mais educação, costuma se sentir mais respeitado...? Que legal, as pessoas
daqui não devem chegar tão estressadas ao trabalho." Eu sei, nem tudo são
flores. Os vagões muitas vezes ficam superlotados, as pessoas empurram para
entrar e sair, o trem para muitas vezes entre as estações, atrasando a chegada.
OK, eu já passei por isso tudo também. Mas, comparando com a vida de quem anda
de ônibus, as pessoas são um pouco mais respeitadas, né? Até ganham desculpas!
E
enquanto pensava, eu olhava aquele vagão limpinho, com ar condicionado, bancos
preferenciais vagos... E aí, percebi: nós, passageiros, também somos mais
educados no metrô. Não jogamos lixo no chão e não sentamos nos bancos de cor
laranja ou azul.
Mas,
se as pessoas que andam de metrô e de ônibus são as mesmas, por que elas se
comportam diferente em um e no outro? Tá, às vezes, não são literalmente as
mesmas, mas fazem parte do mesmo grupo heterogêneo de pessoas que utilizam
transporte público no Rio de Janeiro. Sem falar nos casos em que são realmente
as mesmas, pegando metrô e depois ônibus ou o contrário. Ou então variando entre
um e outro conforme o destino. Será que essas pessoas mudam de comportamento?
Enfim,
vocês entenderam. Somos tratados diferentes no ônibus e no metrô. Mas nós
também somos diferentes num e noutro. E aí, quem nasceu o primeiro: o ovo ou a
galinha? Porque, mesmo não chegando a muitas conclusões nessa reflexão, nada me
tira da cabeça que os comportamentos estão relacionados de alguma maneira.
Somos
mais educados quando nos sentimos mais valorizados? É a velha história da
"minha educação depende da sua"? Espero que não, essa máxima não faz
muito sentido para mim. Por que não jogamos papel de bala no chão do metrô? E
olha que no ônibus, ainda tem uma opção a mais (tão mal educada quanto) que é
jogar pela janela. Mesmo assim, o ônibus tá cheio de lixo no chão...
Por
que aceitamos ir em pé no metrô para deixar vagos os banco de cor laranja ou
azul? O ônibus é mais desconfortável e, em geral, as viagens são mais longas,
eu sei. Porém, mesmo quando não há lugar vago metrô, uma pessoa idosa não
demora a encontrar alguém mais jovem disposta a levantar e ceder o seu.
Já
no ônibus, a disputa é selvagem. Ninguém fica em pé para deixar o assento
preferencial vazio e quem o ocupa ainda torce para que a senhorinha que entrou
não pare por perto...
Além
disso, no metrô, não tem pichações, não tem chiclete colado nem embalagens
dobradinhas escondidas entre bancos. Logo, não tem baratas. Eu, pelo menos,
nunca vi. Se tiver, certamente é em quantidade bastante reduzida.
Então,
por que somos mais bem educados no metrô? Essa dúvida continua me martelando. Por
que a passagem é mais cara? Por que é mais confortável? Por que é mais rápido?
Ou por que te pedem desculpas por freadas bruscas, justificam uma parada entre
estações e se preocupam para que você não enfie o pé no espaço entre o trem e a
plataforma?
Ah
é! Ainda ia esquecer dessa. No metrô, não dá para não parar no ponto. Ainda
assim, há a preocupação para que você esteja atento ao sair. No ônibus, muitas
vezes, o motorista já está acelerando quando você coloca o pé no primeiro degrau
para subir. Ou já fecha a porta quando você nem terminou de descer. Isso quando
não passa direto pelo ponto ou para no meio da rua. E aí, o "vão"
para o qual você tem que atentar é de asfalto e nele passam carros, motos,
bicicletas, caminhões e outros ônibus. E não tem ninguém pedindo desculpas ou
dizendo "fique atento".
Não
somos perfeitos no metrô, é claro. Ainda temos que aprender a não ficar parados
na porta se não vamos saltar (essa lição vale para o ônibus também), a esperar
os coleguinhas saírem antes de entrarmos e a não empurrar quem está indo na
mesma direção que a nossa, uma hora todos chegaremos lá.
Aliás,
essa do embarque X desembarque, o pessoal do Metrô Rio está tentando nos
ensinar. Já até desenhou para ver se conseguimos entender. Em algumas
plataformas, há setas amarelas pintadas no chão, não sei se vocês já repararam,
bem na direção em que param as portas do metrô. Duas na direção das
extremidades da porta, indicando o movimento plataforma – metrô; e uma na
direção central da porta indicando vagão – plataforma.
Vendo
que desenhar não era suficiente, começaram a colocar fitas (daquelas que ligam
pedestais, usadas para organizar filas) separando, na plataforma, a área de
quem embarca da de quem desembarca. Resolvido o problema? Não! Quem nos dera,
né? Quem está esperando o trem passou a se aglomerar entre as fitas, formando
um pequeno curral de pessoas prontas para invadir a primeira porta que se abrir
diante de seus olhos, todas pisando na seta justamente na direção contrária ao
seu movimento!
Mas,
voltando ao assunto à minha grande dúvida, ainda to procurando o que define
nosso tipo de comportamento nesses meios de transporte. O que determina quão
educados e gentis seremos em cada situação e como decidimos isso? Decidimos
isso? É consciente?
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
O balanço
O vento forma ondas
Na areia e no mar
E, de tanto os pequenos grãos
rearrumar,
O vento formou lagoas para o povo
se banhar
Na mesma direção,
Ventam as folhas dos coqueiros
E os cabelos das Iracemas,
Como todas as meninas daqui
gostariam de se chamar
Das mulheres rendeiras às mulheres
rendá
As saias a dançar
As peneiras a farinhar
As redes a embalar
A castanha de caju a sorrir
Como fazem os cearenses,
Que encurvam até a voz no jeito de
falar
Tudo
dança, rebola e encanta
No
Ceará, nada é linear
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Rio, 14 graus
É só o inverno
chegar que a gente descobre quem já foi pra Europa. E descobre também que é
engraçado. “Ai, carioca é muito engraçado. Se agasalha no Rio. Eu já fui pra
Europa e sei o que é frio de verdade.” Vamos analisar a situação...
Meu corpo está habituado a uma
temperatura entre 25º de 40º. Um “belo” dia, faz 14º (CATORZE GRAUS!) e meu
corpo é que é exagerado de enviar para o meu cérebro a mensagem de frio?
Exagerado é quem tem que esperar um inverno europeu para colocar um cachecol.
Ainda tem mais essa: cachecol e
luvas são o parâmetro do exagero, são os elementos que tornam você um “carioca
engraçado”. Se estiver de sobretudo e botas, então, pode se candidatar ao posto
de “carioca hilário”. Porque estar de blusa e casaco – duas camadas para
aquecer a barriga, os braços e as costas -, beleza. Mais ai de você se quiser
proteger as mãos e o pescoço. Esses merecem congelar. Qual é a da rejeição?
E a crítica ao “carioca engraçado” vem
sempre com um ar de superior, como se o frio europeu fosse um conhecimento que desse
mais valor ao turista brasileiro. Mas, agora falando sério, qual é o problema
de quem sente frio se agasalhar? Qual é o defeito ou erro do carioca que usa
cachecol? Acham que não estamos com frio de verdade? Nããããão, colocamos vinte
casacos, mas na verdade estamos morrendo de calor e continuamos agasalhados
porque... errr... porque... queremos sentir cheiro de naftalina. Improvável,
não?
“Ai, Carol, você que levou para o
lado negativo e interpretou como uma crítica. Nós, todas as 127 pessoas no
Facebook que dizemos que carioca é engraçado, estamos apenas fazendo um
comentário inocente, não temos nada contra o fato de o carioca se agasalhar.”
Não, não acredito. Simplesmente porque acho que, quando não tem ninguém olhaaaando,
na hora de dormiiiir, todo mundo vira “engraçado”, calça meias e se cobre com
edredom até o nariz. Quando estão no carro com insulfilm para não serem
reconhecidos, ligam o aquecedor. Então, pronto, tá frio.
Não acho que 14º seja igual a 0º ou
a -10º, claro que não. Mas ainda não desenvolvi a capacidade de informar à
minha pele que “oooolha, daqui a seis meses, vai fazer um frio muuuuito pior
que este a alguns milhões de quilômetros de distância, por isso, pare de tremer corpo
mal-criado”.
E corpo também não tem memória para temperatura. Se tiver, do ponto de vista
biológico, o meu é esclerosado. Da primeira em vez que viajei ao Hemisfério Norte
no inverno, prometi: “nunca mais vou reclamar do frio do Rio”. Mentiiiiiira.
Não cumpri. Reclamei assim que a temperatura passou dos 20º. Para baixo, é
claro. E esse é meu pecado a cada inverno – descumprir uma promessa. Podem me
criticar por isso, não pelo meu cachecol.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Segunda voz
“Vamos vender um
milhão de discos”, garantia Welson, mais conhecido como Luciano. Bem mais novo
que Mirosmar – mais conhecido como Zezé -, ele incentivava o irmão a persistir
na música e acreditar que um dia “vai dar certo”. Zezé, casado e com duas
filhas, já não se dava o direito de arriscar. O irmão, cheio de juventude,
também já era pai, mas ainda sonhador.
Essa foi a cena
que mais me marcou em "Dois Filhos de Francisco", filme ao qual
assisti ontem pela primeira vez. Não sei se viajei demais, se filosofei demais.
Diga-me você, que já assistiu ao filme ou que leu a descrição da cena ali no primeiro
parágrafo.
Realidade ou
licença poética, no filme, é Luciano quem desperta a esperança nos sonhos de
Zezé, e a segunda voz da dupla fala mais alto. A cena mostra o processo de
convencimento. Não muito difícil, é verdade, a partir do momento em que Zezé
escuta sua segunda voz em vez de abafá-la como fazemos, quando escutamos somente a razão, quando escolhemos o caminho padrão.
Mas por que
calar um sopro de juventude que tem algo a nos dizer? Por que não dar atenção
como se estivéssemos sem paciência para um irmão mais novo? Por que deixar
nossos sonhos sempre com a segunda voz, se eles podem estar tentando nos
mostrar o caminho do sucesso?
O enredo que
conta a história da dupla sertaneja dura, ao todo, cerca de duas horas. Mas me
identifiquei mesmo com esses aproximadamente 20 segundos. Escutando os
argumentos de Luciano, pensei: ele estava certo. O incentivo levou a dupla às
rádios, às lojas de discos, aos palcos. E, gostos musicais à parte, não podemos
negar, eles fizeram sucesso. Venderam um milhão.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Acordar
É o incômodo
Que me faz levantar
Ele me martela
A cabeça
A alma
É essa pressão
Que me faz levantar
Para mudar
O dia
O mundo
É essa vontade
Que me faz levantar
Para fugir
Das regras
Dos limites
É essa liberdade
Que me faz levantar
Acreditando
Nos sonhos
Que podem dar certo
É essa criança
Que me faz levantar
Que me faz levantar
Ele me martela
A cabeça
A alma
É essa pressão
Que me faz levantar
Para mudar
O dia
O mundo
É essa vontade
Que me faz levantar
Para fugir
Das regras
Dos limites
É essa liberdade
Que me faz levantar
Acreditando
Nos sonhos
Que podem dar certo
É essa criança
Que me faz levantar
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