Como leiga em esportes, eu pergunto: MMA é um estilo de luta
criado há pouco tempo? Porque, se não me falha a memória, não tem nem cinco
anos que a mídia descobriu que transmitir UFC poderia dar audiência. Até então,
sequer eram mencionados os resultados das lutas nos telejornais. Eu, em minha
ingenuidade, acreditava que as lutas não eram tão populares como outros
esportes pelo seu caráter mais agressivo, que não combinava muito com a grande
massa. Mas, de repente, descubro que combina, sim. Aliás, aparentemente, sempre combinou. De um dia pro outro, tem uma galera que acompanha as competições, conhece os lutadores e torce
fervorosamente. Beleza, acho estranho, mas, na prática, isso não me afeta em
nada.
O que quero destacar é uma questão que tem me martelado
desde o “boom” do UFC. Sempre acreditei – olha eu ingênua mais uma vez - que a
prática de esporte estava ligada a saúde e bem-estar. Sempre admirei
esportistas, não só os profissionais que se dedicam integralmente ao esporte,
mas, principalmente, aqueles capazes de inserir as atividades em suas rotinas
de gente comum, seja por vaidade, saúde ou lazer.
Mas, voltando à questão que me importuna... MMA não se
insere no conceito de esporte formado em mim. Na minha cabeça, quem pratica
esporte sempre está sujeito a acidentes, mas, em geral, o resultado é uma mente
tranquila e um corpo embriagado de serotonina, ou seja, uma pessoa feliz e
saudável.
Daí, eu vejo hematomas, orelhas deformadas, narizes
quebrados e sangue jorrando em todas as competições... Não consigo me convencer
de que isso esteja ligado a saúde e bem-estar. Não deixo de admirar a
preparação física, a concentração e a disciplina de quem luta, mas uma
atividade em que os participantes, invariavelmente, saem machucados, feridos e
sangrando não cabe no meu conceito-feliz de esporte.