Viajar é como
sonhar, é viver sensações que não são reconhecidas pela memória, é visitar lugares
nunca antes imaginados. Viajar é tocar novos solos, andar contra novos ventos,
sentir novos perfumes. Viajar é escutar novos sons, testar pronúncias que nem
sabíamos que nossos lábios eram capazes de produzir. É deixar que esses mesmos lábios testem novos sabores. É escutar expressões e
entonações cotidianas que caracterizam um povo e sua cultura. É tocar a textura
de novos climas, flores, frutos, pedras, águas. É ver as formas próprias do relevo de cada lugar.
Viajar é como
sonhar, mas não aquele sonho de lembrança remota no dia seguinte. Uma viagem é
como um sonho que se questiona se todas aquelas sensações tão nítidas foram
reais. Questiona-se quando se desperta com um pulo da cama ou quando se abre
porta de casa, com saudades do lar: foi tudo de verdade?
Viajar é viver,
é sentir-se parte desse mundo tão imenso e conhecer cada cantinho dele, cada
pedacinho único e especial, que não se assemelha a nenhum outro do universo. Viajar
é sentir-se vivo quando o mesmo Sol toca a pele em qualquer coordenada
geográfica que se esteja.
Viajar é
sentir-se parte do mundo, em contato com naturezas tão diversas que fazem a
máquina Terra funcionar e nos abrigar. É estar em contato com as transformações
feitas pelo Homem e pela Ciência que possibilitaram que aquele ponto único do
universo fosse modificado também de maneira única.
Viajar é como
sonhar, pois é um hiato de tempo fora da rotina, que em algum momento se fará
presente de novo. Viajar é como sonhar, pois se vai a lugares desconhecidos
onde se convive com pessoas que nunca mais serão vistas. Viajar é como sonhar
porque uma hora temos que acordar - ou voltar. Viajar é viver intensamente. E
sonhar intensamente.