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segunda-feira, 11 de março de 2013

Eu faço a comida, você lava a louça

Os homens vão continuar não realizando atividades domésticas enquanto as mulheres continuarem cobrando ajuda nas atividades domésticas. Não é uma questão de inverter os culpados, mas de responsabilizar todos igualmente. Cobrar ajuda no que é obrigação é como pedir por favor. "Ajuda" remete a um auxílio complementar a uma atividade de responsabilidade de outrem.

Enquanto homens e mulheres não se virem totalmente (e igualmente) responsáveis por todos os aspectos que envolvem o lugar em que vivem e não ensinarem isso às crianças que por ventura também convivam naquele espaço, nada vai mudar. Principalmente, enquanto não houver essa visão equilibrada. Porque esse post é menos sobre o que falta nos homens que sobre o que sobra nas mulheres que se veem totalmente responsáveis por determinadas tarefas e não consideram que os homens que dividem o espaço com ela têm a mesma obrigação. Sejam maridos, filhos, pais, irmãos, cunhados...

Enquanto houver mulheres que acordam aos domingos pensando no que farão para o almoço, haverá homens lhe perguntando o menu do dia. Ou enquanto mulheres pegarem as roupas dos homens para passar, derem um pontinho quando descosturar, ou colocarem vanish quando manchar porque acham que eles não saberão como fazer, nada mudará. Enquanto as mulheres não pararem de se esquecer como aprenderam a passar, lavar e cozinhar... Não foi tão difícil, eles também conseguem.


Ou enquanto mulheres trocarem fraldas sujas para, cheirosas, as crianças pularem no colo do papai para brincar. Enquanto as mulheres varrerem o chão e colocarem o lixo para fora. E os homens a descansar...
Enquanto pessoas ainda se surpreenderem com um homem que arruma a própria cama, tudo continuará na mesma. Enquanto homens receberem parabéns por fazerem suas obrigações, tudo continuará na mesma. Enquanto mulheres continuarem exaltando seus maridos no Facebook por, surpreendentemente, encontrarem a janta pronta e o filho de banho tomado, ao chegarem em casa cansadas, elas nunca deixarão de se surpreender. Se ele estava em casa com a criança e o fogão, por que não?

Se a sociedade não é feita só de homens ou só de mulheres que todos nos sintamos igualmente responsáveis pelas mudanças que se fazem necessárias, conscientes de que sempre nos dará mais trabalho mudar que nos incomodar e acomodar.

Não excluo, de maneira nenhuma, a responsabilidade dos homens de tomarem a iniciativa, mas, nesses últimos 24 anos, tenho visto muitas mulheres contribuindo com essa inércia no lar.


Acho justo dividir tarefas por habilidades individuais. Cada pessoa tem mais facilidade em determinados afazeres e acredito que isso deve ser respeitado até para evitar pessoas diariamente insatisfeitas ou resultados mal realizados. O que não acho justo é a divisão por gênero - esse critério que costuma desequilibrar os trabalhos em casa.