Uma das coisas
mais saborosas (literalmente) de Nova York são as tortas de maçã vendidas em
qualquer uma das inúmeras confeitarias existentes por lá. Em inglês, o doce
leva o sonoro nome de “apple pie”, assim, num crescente, com vários P’s, como
uma combinação de notas musicais.
Não haveria nome
mais apropriado para o doce da “Big Apple”, a cidade em que se ouve um saxofone
em cada esquina. Ou em cada estação de metrô. O que, na prática, dá quase na
mesma. Pode-se ir a qualquer lugar dentro de Nova York (e até a alguns fora da
cidade) usando o trem. Alugar um carro por lá é estragar a viagem, é se fechar
no ar condicionado e deixar de sentir os cheiros que o vento traz. É perder um
artista que faz da calçada seu ateliê, é deixar de tocar as pedras de um
edifício residencial com entradinha em nível mais baixo que a calçada, é não se
encantar com uma flor de cor inusitada.
E é assim, por
caminhos pelos quais não se passa correndo, que se decide entrar e uma estação
de metrô e, em 20 minutos, atravessa-se Manhattan de uma ponta à outra e, em
40, chega-se até a outro estado, se estivermos falando de um brasileiro-ávido-por-compras-no-exterior
que quiser dar um pulinho em Nova Jersey para visitar “Outlet malls”.
Aliás, minha
(humilde) dica é para que não se gaste mais que 10% do tempo com compras em uma
cidade tão rica culturalmente. Gaste mais dinheiro em peças, museus, show e
“tips” para os artistas de rua que em roupas, perfumes e eletrônicos, se o que
se busca é enriquecer e não pagar excesso de bagagem.
E se você não
estiver satisfeito com os músicos por toda a parte, pode dar uma conferida em
um especial (não necessariamente especial enquanto músico), indo a um
restaurante com música ao vivo onde o clarinete é tocado por ninguém menos que
Woody Allen. E é por causa dele que “o restaurante com música ao vivo” torna-se
“um show no qual se pode pedir comida”. Sim, porque, apesar de outros quatro
ótimos músicos no palco, ninguém tira os olhos de Mr. Allen, ninguém deixa de
dar uma risada a cada trejeito peculiar do cineasta.
E se pegar um
dia chuvoso de outono, não se considere sem sorte, é uma ótima oportunidade
para passar a tarde no Metropolitan Museum of Art, onde se encontra, em único
(e enorme) lugar, algumas daquelas obras de arte que se vê em livros e
exposições esporádicas para todos os gostos. Eu mesma, que aprecio arte como
leiga, fiquei encantada, há alguns anos, com uma exposição sobre moda e os
estereótipos de beleza e, da última vez, deliciei-me com Andy Wharol na mostra
“Sixty Artists, Fifty Years”, que reúne obras do próprio Wharol e de artistas
influenciados por ele.
Enfim, uma
cidade com muitas opções para tudo na qual você só precisa pegar longas filas
se estiver muito ansioso para assistir ao novo Atividade Paranormal ou para
comprar ingressos para o show do Bruno Mars. Às vezes, é preciso enfrentar uma
para ir ao banheiro também, mas aí vem uma boa notícia para as mulheres: todos
têm papel. Todos mesmo, incluindo o banheiro público da praia de Coney Island.
Enfim (como eu
ia dizendo), com tantas opções, se, depois do jantar, você ainda não tiver
night certa no Village, na dúvida, vá para a Times Square, mais quente que os
outros pontos de Manhattan. Desconfio que seja pela grande quantidade de luzes
e de gente.
Bem... Vá lá, batuque
uma música qualquer com o pé, eleja uma confeitaria e peça uma fatia de
épolpai.
Ah, e só durma se não tiver outra opção.
Excelente texto!!
ResponderExcluirExcelente texto!!
ResponderExcluirComo seu companheiro nessa viagem, só tenho a assinar embaixo. NY é exatamente isso. Texto sensacional.
ResponderExcluirParabéns pelo texto! Fiquei com mais saudade ainda dessa cidade fascinante!
ResponderExcluirDeu vontade de ir à Nova York agora. :-) Beijos, Luciana Arnaud
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